Ex-Angel, Camila Queiroz conta desafio da personagem romântica em ‘Êta Mundo Bom!’

A atriz comparou as duas personagens e revelou que se identifica com o romantismo da personagem

Camila Queiroz fez sucesso em 2015 ao interpretar a protagonista Arlete Gomes Brito (Angel) na novela “Verdades Secretas”, na TV Globo, escrita por Walcyr Carrasco. Camila chegou a receber prêmios de “Revelação do Ano”. Agora, a atriz está encarando o novo desafio: interpretar Mafalda, uma garota romântica, em “Êta Mundo Bom!”, novela das seis, também escrita por Carrasco. Em conversa com o Almanaque da Cultura, Camila Queiroz comparou as duas personagens e revelou que se identifica com o romantismo da personagem.

Almanaque da Cultura: Como está sendo emendar um trabalho no outro? Você fez teste para o papel da Mafalda?
Camila Queiroz: Foi tudo muito rápido. Tenho aprendido muito com as cenas da Mafalda. Está muito divertido. Eu fiz o teste sim. Eu fiz o teste quando a gente estava gravando “Verdades Secretas”.

Almanaque da Cultura: E como é sair de um personagem bem urbano para mergulhar de cabeça em um personagem tão rural?
Camila Queiroz: A Mafalda mexe muito com a comédia. Acho que está sendo bem legal essa mudança. Eu acho que essas mudanças trazem mais forças pra gente seguir em frente. Estou gostando muito de interpretar a Mafalda. Eu sempre fui uma pessoa que sempre gostou de mudanças. De viajar, de viver coisas novas, de conhecer coisas novas, enfim. Então, eu acho que não poderia ter sido melhor de vir a Mafalda depois da Angel. Eu acho que pra mim, como profissional, e, como pessoa, é muito bom isso.

Almanaque da Cultura: Você acha que a Mafalda ajuda a desconstruir no bom sentido da expressão, essa imagem que ficou da Angel? Não ficar marcada com a aquela carinha de Lolita?
Camila Queiroz: Eu não tenho cara de Lolita, nunca achei. Não tenho a intenção de fazer as pessoas esquecerem a Angel, não quero que isso aconteça. Eu acho que a Angel foi muito especial e marcante na minha vida e espero que tenha sido na vida das pessoas também. Tomara que ela tenha ensinado de alguma forma alguma coisa para as pessoas, então não quero que ninguém a esqueça, ou que eu estou fazendo a Mafalda para as pessoas não me chamarem de Angel para o resto da vida. Não! Quero que as pessoas vejam que personagens quando são marcantes pra gente, a gente também consegue fazer coisas melhores depois, porque uma das coisas que eu fiz muito antes de interpretar a Angel foi estudar sobre a Anita, do seriado “Presença de Anita”. Sobre a Mel Lisboa, porque que a Mel Lisboa não fez mais coisas depois desse projeto? E, eu vi várias entrevistas dela, os motivos dela. Ela fez várias outras coisas na tevê. Mas, depois ela seguiu para o teatro. Então, eu tentei de alguma forma estudar tudo sobre ela. Para fazer o meu caminho diferente. Sabe? A Mel é uma p*** atriz! E, eu adoro a carreira dela. Gosto muito das coisas que ela faz. Ela, hoje, está como Rita Lee no teatro. Mas, na tevê, foi uma coisa mais curta na vida dela. E, é uma coisa que eu pretendo seguir. Então, eu tentei de alguma forma seguir carreira diferente e espero que as pessoas gostem de Mafalda.

Almanaque da Cultura: Esse personagem é um novo desafio para você?
Camila Queiroz: A Mafalda é um novo desafio para mim, sem dúvida nenhuma. Tanto quanto a Angel, de “Verdades Secretas”. Não é fácil fazer comédia. Mas a gente está se divertindo muito gravando, estou aprendendo muito todo dia. A minha família na trama é incrível. É um elenco bárbaro! Tem dia que eu fico até emocionada. Que no mesmo set de gravação tem Mauro Mendonça, Rosi Campos, Ary Fontoura, Elizabeth Savalla, entre outros. Atores que eu sempre admirei e, hoje, eu estou ali no meio deles. Uma honra para mim. Eu acho que o Walcyr Carrasco conseguiu me presentear duas vezes. Está sendo maravilhoso! Enfim.

Almanaque da Cultura: Você sem um sotaque de interior. Como foi a preparação da personagem?
Camila Queiroz: Eu não fiz prosódia por causa do tempo. Não tive tempo. Eu escutei a minha família e percebi como eles conversavam e acabei copiando (risos). Está sendo uma delícia. A cada dia a gente inventa uma palavra nova e descobre um pouco mais sobre ela.

Almanaque da Cultura: Como está sendo a interação com o elenco?
Camila Queiroz: A gente não interage com o resto da novela por enquanto. É apenas a turma da fazenda. Então, a gente tem que ter um convívio legal. Todo mundo é muito bacana, é muito generoso, está dando muito certo assim. Pra gente é muito gostoso sair de casa para ir trabalhar, porque eu sei que irei encontrar pessoas bacanas e que vão me ensinar muito. Então, estou muito satisfeita e feliz.

Almanaque da Cultura: E como está sendo gravar com a porquinha?
Camila Queiroz: Eu já gravei bastante com ela, ela é uma delicia. É pequena e não cresce muito, é um mini pig. Ela deve ficar do tamanho de um Poodle. Ela me ajuda bastante nas cenas (risos). 80% das cenas, ela está dormindo. Agora, que ela está crescendo um pouquinho, ela está fazendo mais barulho. Eu nunca tive medo dela. Eu a conheci como um bebê. Ela veio pra gente como bebê. Ela tinha feito dois meses. Então, ela está sendo educada ao nosso cronograma. Ele é fêmea e já veio com o nome da personagem, que é Lili. Ela já incorporou a personagem (risos).

Maezinha, me deixa dormirrr ?? Lili nao quer saber de trabalhar nao… #NoMundoMafalda #VemAi #ÊtaMundoBom #18deJaneiro

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Almanaque da Cultura: Como é a sua experiência com roça?
Camila Queiroz: Fazenda não, que é uma coisa mais chique (risos). Mas quando eu era pequena, ia muito para o sítio, para o rancho e para a represa. Íamos mais para esses lugares simples.

Almanaque da Cultura: Quanto você era criança tirava leite direto da vaca?
Camila Queiroz: Nunca tirei leite da vaca e nem a Mafalda ainda. Sempre andei descalça, sempre fui “molequinho”. Eu ia para a represa. Rio eu tenho mais medo. Represa é tranquilo. Eu tenho um pouco medo de água. Rio e mar é uma coisa mais agressiva para mim. Represa eu adoro!

Almanaque da Cultura: Durante as gravações, alguma coisa irrita você? Um exemplo: mosquito?
Camila Queiroz: Mosquitos tem um monte! Tem carrapato dos cavalos, mas gente vai lindando com isso. Passo bastante repelente, que acaba dando certo.

Almanaque da Cultura: Quando você recebeu o convite bateu algum receio de início?
Camila Queiroz: Queria deixar claro, que eu não recebi convite. Eu fiz teste. Está saindo isso na mídia, e, isso está errado. Eu fiz o teste, e, tinha várias meninas. É muita bacana falar isso. Não é uma coisa que eu conquistei por ter feito a Angel. Foi uma coisa que eu lutei para ter também. Acho que isso é mais gostoso, porque a gente luta para conquistar uma coisa, tem um gostinho diferente.

#NoMundoMafalda ?

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Almanaque da Cultura: E como está sendo interpretar esse humor ingênuo?
Camila Queiroz: O humor da Mafalda é mais romântico, mas a mãe dela tem um humor mais sarcástico. Para mim é difícil de interpretar, porque nunca fiz comédia, já comecei fazendo de cara um drama bem pesado. Estou descobrindo a Mafalda a cada dia e o Jorge Fernando tem me ajudado muito.

Almanaque da Cultura: Você tem alguém que lhe acompanha?
Camila Queiroz: Não tenho! Eu decoro e passo o texto sozinha mesmo e com ajuda dos diretores.

Almanaque da Cultura: Como é sair de um personagem bem pesado e ir direto para outro bem leve? Marca logo a imagem?
Camila Queiroz: Eu não quero desmarcar nada. Eu quero fazer mais uma. E a Mafalda é um personagem menor. Ela não é protagonista e tenho mais tempo pra ela do que eu tinha pra Angel. Pra Angel, vivia quase 24 horas para ela. Cheguei gravar 18 horas por dia sendo Angel, então chegava em casa, dormia e voltava para o estúdio. Já com a Mafalda não está sendo assim. Por enquanto, estou gravando pouco. Está sendo bom para conhecer mais ela já que eu não tive muito tempo de compor. Não tive a preparação que eu tive para a Angel. Eu estou aproveitando esses intervalinhos para estudar mais a personagem.

Almanaque da Cultura: A personagem é bem romântica. Você se identifica com ela?
Camila Queiroz: Eu sou! Eu acho que esse ponto a gente é muito parecida. Sou canceriana, então quero casar, ter filhos, ter uma casa cheia de cachorros, uma casa bem ampla. Essa é minha realização de vida. O dia que conseguir isso, estou muito feliz, estou completa.

Almanaque da Cultura: Você saiu da Angel e está completamente diferente. Como foi essa mudança?
Camila Queiroz: Foi fundamental, essencial, uma delícia. Eu acho que é bom para mim, como atriz, esses novos desafios. E eu estou aproveitando cada segundo como Mafalda.

Almanaque da Cultura: O que você aprendeu para ela?
Camila Queiroz: Andar à cavalo (risos). A Mafalda me ensina muito, todos os dias. Essa convivência com a fazenda, os animais, é uma coisa que eu amo.

Almanaque da Cultura: Quem é a Mafalda?
Camila Queiroz: É uma menina do interior romântica, inocente, pura, que não tem maldade e não enxerga maldade nas pessoas. Isso é muito encantador nela.

Almanaque da Cultura: Além da fama, a Angel lhe deu reconhecimento. Você conseguiu aproveitar dessa fama de maneira positiva?
Camila Queiroz: Olha, eu tentei pelo menos (risos). Eu tento!

Almanaque da Cultura: O que mudou na sua vida? O que você faria e hoje não faz mais?
Camila Queiroz: Mudou tudo, né? É uma nova vida. Deixei de andar de ônibus e, como não tenho carro, uso o táxi. Parei de fazer as as coisas simples do dia a dia.

Almanaque da Cultura: Qual é sua meta para 2016?
Camila Queiroz: Fazer mais esporte, cuidar mais da alimentação. Eu sou muito relaxada. Eu estava comendo chocolate antes de vir. Eu amo vôlei. Já joguei muito vôlei na adolescência e pretendo voltar.