Carnaval 2016: Salgueiro leva malandragem e ópera clássica dividida em atos para desfile na Sapucaí

Carnaval 2016: Salgueiro leva malandragem e ópera clássica dividida em atos para desfile na Sapucaí (Foto: Daniel Collyer/Hipermídia Comunicação)
Carnaval 2016: Salgueiro leva malandragem e ópera clássica dividida em atos para desfile na Sapucaí (Foto: Daniel Collyer/Hipermídia Comunicação)

A Acadêmicos do Salgueiro, vice-campeã de 2015, levou na noite desta segunda-feira, 8 de fevereiro, para o palco da Sapucaí, o clássico “Ópera do Malandro”, dividido em atos, ao longo do desfile.

Abrindo o espetáculo, o lado romântico dos cabarés. A nata da malandragem – do bem, diga-se de passagem – entrou em cena, seja ele da Lapa, do jogo da sorte, da fé ou do samba, como Bezerra da Silva, Moreira da Silva e Dicró, homenageados no carro Filosofia de Botequim. O abre-alas recriou a Cinelândia, Zona Central do Rio de Janeiro, o chafariz do Mestre Valentim e o Teatro Municipal. O desfile do Salgueiro terminou com uma grande mensagem de paz.

O destaque ficou por conta da comissão de frente, que interagiu com o mestre-sala Sidclei e a porta-bandeira Marcella Alves. Além disso, o carro do cabaré levou para a Avenida pernas gigantes e muitas beldades. No entanto, a primeira alegoria da escola, chamada de “Eis o Malandro ‘no palco’ outra vez…”, teve problemas técnicos no fim do cortejo, mas chegou a concluir o trajeto.

Confira as fotos do desfile do Salgueiro

Confira o Samba-enredo

“A Ópera dos Malandros”

Autores: Marcelo Motta, Fred Camacho, Guinga, Getúlio Coelho, Ricardo Fernandes e Francisco Aquino

Laroiê, mojuobá, axé!
Salve o povo de fé, me dê licença!
Eu sou da rua e a lua me chamou
Refletida em meu chapéu
O rei da noite eu sou
Num palco sob as estrelas
De linho branco vou me apresentar
Malandro descendo a ladeira… Ê, Zé!
Da ginga e do bicolor no pé
“Pra se viver do amor” pelas calçadas
Um mestre-sala das madrugadas

Ê, filho da sorte eu sou
Vento sopra a meu favor
Gira sorte, gira mundo, malandro deixa girar
Quem dá as cartas sou eu, pode apostar!

O samba vadio, meu povo a cantar
Dia a dia, bar em bar
Eis minha filosofia
Nos braços da boemia, me deixo levar…
Eu vou por becos e vielas
Eu sou o barão das favelas
Quem me protege não dorme
Meu santo é forte, é quem me guia
Na luta de cada manhã, um mensageiro da paz
De larôs e saravás!

É que eu sou malandro, batuqueiro
Cria lá do morro do Salgueiro
Se não acredita, bate de frente pra ver
O couro vai comer!